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Fibromialgia
Noções Básicas
Síndrome de Fibromialgia é o termo médico que define uma condição clínica complexa de causa desconhecida e que é caracterizada por dor músculo-esquelética generalizada acompanhada de um cansaço extremo, perturbações do sono, perturbações cognitivas, entre outros sintomas.Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a Fibromialgia não é uma doença nova embora só nos últimos 20 anos tivesse este enorme desenvolvimento.
A associação de pontos dolorosos com ‘reumatismo’ foi referida por Balfour (Inglaterra) em 1824 que descreveu pacientes com pontos musculares hipersensíveis à palpação e passíveis de desencadear dor irradiada.Historicamente a Fibromialgia tem sido apresentada sob vários nomes ao longo dos anos: Fibrosite (1904), Miofibrosite (1929), Síndrome Fibrosítica (1952), Síndrome Fibromiálgica, entre outros; tendo sido adoptado o nome de Fibromialgia apartir de 1981.
Esta foi classificada pela Organização Mundial de Saúde em 1990 com o código M79.0, tendo sido reconhecida em 1992 como uma doença reumática.
As queixas da Fibromialgia podem ser ligeiras ou graves, definindo assim um espectro funcional que vai do mero incómodo até à incapacidade para manter um emprego remunerado, as actividades domésticas ou mesmo para desfrutar o convívio com a família e com os amigos, o que torna a doença heterogénea nas suas manifestações.
Actualmente sabe-se que a Fibromialgia é uma forma de reumatismo associada a uma maior sensibilidade do indivíduo perante um estímulo doloroso.
O termo reumatismo pode ser justificado pelo facto da fibromialgiaenvolver músculos, tendões e ligamentos não envolvendo no entanto as articulações tal como acontece com a Artrite Reumatóide e a Osteoartrite.
Apesar da Fibromialgia poder apresentar-se de uma forma extremamente dolorosa e incapacitante, ela não causa deformação.
A Fibromialgia é uma doença comum que atinge homens, mulheres e crianças de todas as etnias e grupos sócio-económicos. Estima-se que sofram de FM entre 2% a 5% da população adulta, dependendo dos países. Da população atingida, entre 80% a 90% serão mulheres entre os 20 e os 50 anos.Quais são os factores de risco?Género - as mulheres são cinco a nove vezes mais afectadas do que os homens;Idade – inicia-se entre os 20 e os 50 anos, sobretudo, embora também possa afectar crianças e jovens em idade escolar.Quais são os sintomas?Dores generalizadas, fadiga, alterações quantitativas e qualitativas do sono e perturbações cognitivas.Como se diagnostica?
O diagnóstico é essencialmente clínico, servindo os meios complementares de diagnóstico para excluir outras doenças. Assenta, sobretudo, na presença de:Dor musculoesquelética generalizada, ou seja, abaixo e acima da cintura e nas metades esquerda e direita do corpo;Dor com mais de três meses de duração;
Existência de pontos dolorosos à pressão digital em áreas simétricas do corpo e com localização bem estabelecida.Deve ser feito o diagnóstico diferencial com doenças reumáticas inflamatórias, disfunção tiroideia e patologia muscular.Quais são os factores de risco?
São bastante amplos. Vão desde os associados com o estado de dor crónica generalizada (idade, sexo, etc.), às características da personalidade pró-dolorosa (perfeccionismo compulsivo, incapacidade de relaxamento e desfrute da vida, incapacidade para lidar com situações hostis, etc.).
Os sinais de alerta para o desenvolvimento da doença são:História familiar da doença;Síndroma dolorosa prévia;Preocupação com o prognóstico de outras doenças coexistentes;Traumatismo vertebral, especialmente cervical;Incapacidade para lidar com adversidades; História de depressão/ansiedade;Sintomas persistentes de “virose”;Alterações do sono;Disfunção emocional significativa;Dor relacionada com a prática da profissão.
O conhecimento destes sinais de alerta torna possível a intervenção precoce e a prevenção, evitando o agravamento da doença e o desenvolvimento de complicações.Como é que se trata a fibromialgia?Deve ser tratada na rede de cuidados primários de saúde (centros de saúde).
O prognóstico da doença é habitualmente bom.Os medicamentos usados com mais eficácia são os analgésicos, os antidepressivos tricíclicos e os inibidores selectivos de recaptação da serotonina, os relaxantes musculares e os indutores do sono.
A prática regular de exercício físico também é indicada.Por vezes são necessárias outras formas terapêuticas, bem como a intervenção da reumatologia, psiquiatria e outras especialidades médicas ou diferentes profissionais de saúde.
É uma doença que requer acompanhamento médico e avaliações periódicas relativamente à evolução das queixas e aos eventuais efeitos adversos da terapêutica.
O acompanhamento depende da gravidade da fibromialgia e de outras doenças associadas.Fonte: Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica.
Fonte: Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica